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O cotidiano inimigo da comunicação

Atualizado: 3 de abr. de 2024

Durante um período em 2023, fiz uma escolha que impactou profundamente meu cotidiano: decidi me isolar. Optei por não ser o amigo presente, o profissional tão curioso ou o familiar interessado. Escolhi, ao invés disso, ser apenas uma pessoa egoísta, preocupado com sua própria vontade, com critérios rígidos sobre limites de aproximação e distanciamento. Essa decisão teve consequências inesperadas, transformando minha vida em um caos, me levando a desaparecer.

É fascinante como nossas vidas podem ser moldadas pelo convívio social, não é? Sempre me considerei uma pessoa extrovertida, gostando de conhecer novas pessoas e compartilhar momentos. No entanto, ao viver uma vida em que tentava provar a mim mesmo que a autossuficiência era o caminho para a liberdade, percebi que isso exigia um investimento emocional intenso. Comecei a me questionar se fazia sentido.

Com meus amigos, sempre preferi a presença à profundidade do afeto. Curiosamente, não percebia o quanto esses dois elementos estavam intrinsecamente ligados. Embora desfrutasse de estar rodeado de amigos, sentia que a vulnerabilidade e a intimidade eram aspectos que poderiam ser deixados de lado nas relações de amizade convencionais. Mas será que vivemos em um mundo onde podemos negar essa dimensão humana tão vital?

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Fonte: Imagem da internet (Festival do Rio)


No início deste ano, assisti ao filme "All of Us Strangers", e foi uma experiência profundamente envolvente. Nele, os protagonistas mergulham em uma jornada emocional intensa, tornando-se pilares de apoio uns para os outros e retratando de forma brilhante a dualidade entre solidão e conexão emocional. O filme aborda de maneira específica a solidão na vida adulta e como, frequentemente, está intrinsecamente ligada à busca pela independência e autossuficiência. A pressão para alcançar sucesso profissional, estabilidade financeira e aceitação social nos leva a erguer barreiras emocionais que nos afastam da verdadeira essência da conexão humana. No entanto, conforme amadurecemos, percebemos a importância de não nos isolarmos completamente do mundo e das emoções que nos tornam genuinamente humanos.

A dualidade da juventude é interessante nesse contexto. Enquanto buscamos independência, ao mesmo tempo ansiamos por conexões significativas e autênticas. É como se estivéssemos constantemente equilibrando entre o desejo de sermos livres e a necessidade de pertencer a algo maior que nós mesmos.

Aprendi que a verdadeira liberdade não vem da negação das nossas necessidades emocionais, mas sim da capacidade de abraçar nossa vulnerabilidade e permitir que outros entrem em nossas vidas de forma genuína. Construir relações profundas e significativas não é sinal de fraqueza, mas sim de força e coragem para enfrentar a complexidade da vida adulta.

Portanto, se você também se vê enfrentando distanciamentos sociais ou tendo problemas de comunicação na vida adulta enquanto busca sucesso profissional e equilíbrio emocional, lembre-se de que não precisa fazer isso sozinho. Busque apoio em amigos verdadeiros, em profissionais de saúde mental (aqui deixo um super obrigado à Isabella que, além de uma grande amiga, também é psicóloga), em grupos de interesse comum. Encontrar esse equilíbrio entre autossuficiência e conexão é um desafio, mas também uma jornada enriquecedora que nos torna mais humanos e completos.

Escrito por Renan Barreto.

Revisado com ajuda de Inteligência Artificial.


2 comentários


Gabriel Nunes
Gabriel Nunes
02 de abr. de 2024

Me senti como se estivesse lendo páginas de um diário particular, íntimo e profundo. Obrigado compartilhar isso!

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Yasmin Majzoub
Yasmin Majzoub
02 de abr. de 2024

Muito bom!

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