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Ensaio

Portugal Pandêmico

Um projeto fotográfico pessoal, vazio e quieto.

Nos últimos dias do inverno europeu em 2020, me vi longe de casa, sozinho e as sombras do que seria a pandemia do COVID-19.

Fotografia de um espaço a céu aberto com cadeiras vazias por conta do lockdown causa pelo covid em 2020

Comecei em Lisboa, mas nem cheguei a Cascais. O resto do continente ficou para o futuro. Portugal se tornou meu refúgio temporário, enquanto a insegurança me acompanhava a cada passo. Máscara no rosto, eu caminhava desconfiado, sem saber como me proteger do vírus. Vírus?

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No segundo dia de alerta, me peguei refletindo sobre o medo e a vontade. Sem restrições, a cidade seguia apenas com o medo que pairava no ar. E, ao mesmo tempo, uma ânsia em aproveitar me fazia andar. Estava em conflito.

Vista parcial para o mar, onde metade da fotografia é também terra, com pedras, próximo ao mar
Monumento aos navegantes. Veja uma construção grandiosa, onde homens são esculpidos como navegantes em Lisboa.
Veja uma ladeira numa rua estreita, com casas altas dos dois lados, sem muita iluminação mesmo num dia de céu azul e aberto.
Veja um banco de praça vazio, com costas para uma avenida de Lisboa.

Em algum dia na mesma semana, abri o celular e mensagens com o mesmo tom de “volta, as fronteiras estão fechando e você não vai conseguir sair se ficar mais” me paralizaram.
O conflito continuava, e a agonia apareceu. Lisboa cada vez mais deserta. Máscaras eram obrigatórias agora.

Veja uma fotografia dos pés, subindo escadas de uma praça em calçada portuguesa.
Veja um rapaz sentado embaixo de uma porta vermelha.
Veja uma viela portuguesa, em lisboa, em preto e branco.
Veja uma viela portuguesa, em lisboa.
Veja um miradouro com vista livre para o oceano.
Uma parede, com a frase: cada sim tem um não, somos todos talvez.

Azul índigo ou royal? Durante meu tempo em Portugal, Lisboa se apresentou com um céu lindo, o mais bonito que eu já imaginei ver. Mais tarde eu descobri que é quase sempre assim. 

Veja um monumento numa praça ao entardecer. O monumento se parece com um rei abençoando um soldado.
Veja uma rua com vista para um obelisco na praça.
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Você já viveu algo parecido? Digo, posso parecer exagerado mas estar sozinho há quase 8 mil quilómetros de casa, sem rede de apoio, sem família. Sentir o medo, a euforia, a vontade de correr e não ter pra onde correr. Foi meu divisor de águas.
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De volta ao Brasil, eu selecionei essas fotos e ensaiei desde então uma narrativa visual que pudesse ser interessante, além de pessoal.
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Portugal Pandêmico

Renan Barreto

Fotografia:

Renan Barreto

Direção de arte:

Renan Barreto

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